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O PAPEL DO PAPEL NO MUNDO DIGITALIZADO

Artigos Assinados | Coluna Ibá | 22.03.2017




O universo digital já está enraizado em nossa cultura, simplificando processos, economizando tempo e facilitando conexões. Desde que surgiram, na década de 1970, os primeiros livros digitais no mundo, idealizados pelo americano Michael Hart, fundador do Pro-jeto Gutenberg, cogita-se uma suposta extinção do papel na sociedade.Mesmo com a evolução dos recursos digitais – como internet, computadores, tablets e aparelhos celulares, entre tantos outros –, as indústrias brasileiras de papel aumentaram em 14% sua produção na última década. Ainda diante da crise econômica brasileira em curso, a produção de papel para imprimir e escrever – que representa 24% do mercado – manteve-se estável no último ano, assim como seu consumo doméstico. O papel é indispensável na educação, como suporte à escrita, sendo parte fundamental no processo de aprendizagem e na formação dos indivíduos, em especial das crianças, desde a alfabetização até o Ensino Médio. Estudos mostram que escrever em papel ajuda a raciocinar e memorizar mais do que a digitar em tablets ou computadores. A escrita é um excelente instrumento para identificar traços de personalidade e estimular a criatividade. Escrever à mão envolve e desenvolve diversos sentidos, incluindo a parte motora, ajudando a criança a colorir, desenhar e escrever, desenvolvendo músculos e articulações, além de treinar as redes neurais do cérebro. Nesse sentido, o que aconteceria com os mais de 48 milhões de estudantes das mais de 180 mil escolas brasileiras de educação básica se não existisse o papel?

Elizabeth de Carvalhaes
Presidente Executiva da Bracelpa