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Associados honorários dão depoimentos sobre a ABTCP

ABTCP +50 ANOS | NOTÍCIA | 03.08.2017




Dando continuidade à reportagem especial Associados: A Razão de Ser da ABTCP, buscamos depoimentos dos associados honorários sobre as memórias, perspectivas sobre a ABTCP e o que esperam para o futuro da Associação. 

Essa página será atualizada sempre que receber novos depoimentos.

Abaixo, você pode conferir o que os membros honorários têm a dizer:

- Lairton Leonardi, Solvo Consultoria

ABTCP Pergunta: Qual lembrança você tem da ABTCP que considera importante ou pela qual você tem mais apreço? E como imagina a Associação no futuro?

Resposta: Neste ano, em abril, completei 30 anos como associado da ABTCP. Devo dizer que não tenho uma única lembrança, mas várias que foram muito engrandecedoras. Desde quando fui coordenador da Comissão Técnica de Papéis Revestidos até a presidência da entidade foram desafios que nos tornaram maiores e melhores.

Gostaria, apenas, de ver mais jovens profissionais participando da nossa ABTCP. Sabemos que atualmente as reuniões presenciais são cada vez mais escassas devido à impossibilidade de coordenação de agendas, entretanto, mesmo através de meios eletrônicos, o jovem profissional tem que participar de uma associação que reúne o que há de melhor em termos de Conhecimento, pois este Conhecimento é que fará muita diferença em sua vida profissional. Foi e tem sido assim comigo, e gostaria de compartilhar tal experiência.

A equipe da ABTCP trabalha duro, num período onde a importância associativa fica em segundo plano, para manter a associação sempre na vanguarda técnica. O grande desafio é o de levar ao setor novos produtos técnicos (seminários, cursos), tratar de temas técnicos de importância para o desenvolvimento de nossas empresas sempre através das Comissões Técnicas elevando o valor da ABTCP. Não é uma tarefa fácil, mas deve ser feita para que possamos garantir os próximos 50 anos.

Sobre o futuro, vejo uma ABTCP integrada às decisões do setor, criando junto com as empresas a visão de futuro, sendo o principal órgão de compartilhamento do conhecimento com uma base, cada vez mais sólida, voltada à capacitação e formação de nossos profissionais.

 

- Carlos Farinha e Silva, Pöyry

Como associado da ABTCP desde o início dos anos 70, torna-se difícil selecionar a melhor “lembrança”, mas tenho sim um conjunto das lembranças, dentre as quais destaco a convivência com colegas, que vão se tornando amigos, e também a motivação de nos obrigar a atualizar a nossa percepção do setor, fora da rotina diária.

Sobre a atuação da ABTCP hoje, vejo um plano de ação que de uma forma ou outra tem sido cumprido. Nesse plano de ação destaco alguns itens que considero importantes:

- Assumir a sua função principal, que é ajudar no aperfeiçoamento técnico dos seus associados. Daí a promoção crescente de cursos profissionalizantes, seminários, cursos nas empresas, cursos de pós-graduação e outras iniciativas.

- Tentar atrair mais associados, contrapondo ao efeito crise um esforço de divulgar e oferecer vantagens aos associados.

- A realização anual do Congresso, que sem dúvida é a vitrine onde o Setor se expõe ao Brasil e ao exterior.

- O trabalho constante de manter as contas atualizadas e assegurar a perpetuação da Associação.

Agora, sobre o futuro, imagino uma Associação com um escopo e um âmbito mais estendido, para além de celulose e papel, e incorporando associados de todas as áreas industriais que trabalham a árvore ou seus produtos, representando todo o “Cluster“ florestal.

Isso poderia abranger, além de celulose e papel, biocombustíveis, painéis de madeira, indústrias gráficas, bioprodutos, etc. Esta tendência vem, aliás, ao encontro da dinâmica das empresas do Setor, cada vez mais enveredando por rotas e caminhos que permitam maior diversificação e geração de valor.


- Celso Foelkel, autor das publicações Eucalyptus Online Book & Newsletter e PinusLetter através dos websites www.celso-foelkel.com.br e www.eucalyptus.com.br

A primeira vez em que eu ouvi sobre a ABTCP aconteceu durante minha época de acadêmico universitário da ESALQ/USP, quando me tornei estagiário no Departamento de Silvicultura, Laboratório de Celulose e Papel, sob a orientação do professor Luiz Ernesto George Barrichelo. Um dia qualquer do segundo semestre de 1967, o mestre Barrichelo me mencionou que ele e outros técnicos do setor haviam sido responsáveis pela fundação de uma associação técnica setorial sobre celulose e papel (ABCP). E continuou: “se você der certo no estágio e quando a associação tiver oportunidades maiores para estudantes, veremos como fazer para que você se associe a ela”. Em 1968, tornei-me sócio estudante da ABCP e já em 1969 levava meu primeiro trabalho em coautoria com o professor Barrichelo para um dos congressos (o segundo), que na época se denominavam de Convenções Anuais.

Participei sempre com enorme entusiasmo e motivação por tudo que a associação criava e que ajudava a aumentar meu conhecimento tecnológico sobre madeiras, fibras, celulose e papel. Agarrava tudo com enorme paixão e devorava os artigos da revista O Papel e os Trabalhos Técnicos dos eventos. Em relação aos congressos, participei de quase todos, só estando ausente quando estive estudando no exterior ou hospitalizado, tratando da saúde. Conheci assim milhares de pessoas e dessa interação resultaram inúmeros avanços em minha carreira profissional. Consegui aprender muito com a maioria dos amigos do setor, principalmente pelas interações de ganha-ganha, cada um ajudando os outros em termos de tecnologias e aplicações práticas e científicas setoriais.

Durante os anos 1970 até o final dos anos 1990, eu e as equipes de pesquisa com as quais eu tinha participação ativa e interativa (ESALQ, UFV, Cenibra, Riocell, UFSM), aproveitamos todas as oportunidades para lançar nossas descobertas tecnológicas nos congressos, cursos e eventos, bem como na revista O Papel. Era já uma tradição a intensa competição (pelos prêmios que a ABTCP oferecia) que existia entre as equipes em que eu participava e outras equipes de alta qualificação de algumas empresas (Aracruz, Suzano, Ripasa, Peróxidos do Brasil, etc.) e de institutos de ensino e pesquisa (CTCP/IPT, ESALQ/USP, Poli/USP, UFV, etc.). Eu sempre dizia que a gente entrava para ganhar sempre, pois em todos nossos trabalhos tecnológicos colocávamos uma enorme paixão pela descoberta do novo (o que hoje chamam de inovação), em uma época onde tudo estava para ser descoberto, inclusive sobre o eucalipto e sobre o Pinus.

Em 1999, talvez pela grande evidência que nossos trabalhos técnicos ofereciam ao setor, acabei sendo homenageado pela ABTCP como Sócio Honorário Técnico, junto ao meu estimado e talentoso amigo Paulo Ueno.  Foi um marco e algo que dificilmente poderei esquecer pela relevância que deu em minha carreira – e pela satisfação de estar cumprindo com minhas próprias metas profissionais e tecnológicas.

O entusiasmo só cresceu e a motivação para ajudar a ABTCP e o setor acabaram se concretizando ainda mais com os postos diretivos que ocupei na ABTCP a partir de 2001: Presidente (2001 a 2003), Vice-Presidente (2004 a 2006), e desde então, Conselheiro no Conselho Diretor da entidade.

Atualmente, percebo que a associação passa a ter grande concorrência de outras entidades e principalmente das ofertas generosas que a Internet oferece. Entretanto, essas mesmas ferramentas se manifestam como oportunidades adicionais para que a ABTCP alavanque ainda mais seus serviços e ofertas de qualificação técnica setorial aos seus associados e a todos os interessados da sociedade setorial (ou mesmo de outros setores). 

Uma coisa é absolutamente certa para mim: a ABTCP conseguiu muito sucesso até atingir seus 50 anos de vida. Entretanto, ela só será vitoriosa no futuro, que está sempre batendo às suas portas, se ela se mantiver útil, vital e necessária para o País e para as empresas e pessoas do setor brasileiro de celulose e papel. Se isso não acontecer, outros caminhos poderão ser encontrados pelas partes interessadas do setor na busca dos seus anseios e das suas demandas tecnológicas. Oportunidades não faltam nos dias de hoje, coisa bem diferente daquela época, quando me iniciei no setor, onde havia quase nada de oportunidades no País para quem quisesse aprender e se desenvolver nesse segmento da base florestal. Portanto, cabe apenas à ABTCP, a seus dirigentes e a seus associados construírem juntos um futuro viável e que possa manter o relevante papel de colaborar para o desenvolvimento de uma indústria competitiva indústria e de pessoas altamente qualificadas para desse maravilhoso setor industrial.



Gilberto Julio Piatto, empresário

Desde que comecei a participar da ABCTP em 1988 tive inúmeras lembranças positivas desde os antigos encontros de confraternizações no clube do Juventus que deixou saudades, também de muitos cursos e seminários realizados, entre outras coisas. Mas a lembrança pela qual tenho mais apreço e carinho foi a de receber o reconhecimento da ABCTP e ter sido homenageado como sócio honorário.

Hoje, a ABTCP está realizando um ótimo trabalho com a divulgação de boletins eletrônicos com informação sobre o setor e também a modernização da revista. Um ponto muito importante foi a intensificação dos encontros dos associados em visitas as empresas buscando a troca de informações e integração das pessoas e também a discussão de temas técnicos de interesse comum.

Para o futuro, acredito que dois pontos são importantes. Primeiro, preservar as tradições da ABCTP, buscando sempre melhorias contínuas nos veículos de comunicação e continuando os seminários, encontros e outras atividades. Segundo, intensificar ações e eventos sobre temas de aumento de produtividade e inovação, e a inclusão cada vez maior de associados e pequenos produtores, principalmente os que não exportam e estão sofrendo muito mais com a crise atual.

 

Alfredo Mokfienski, Comitê Científico da ABTCP

Eu cresci na Fazenda Monte Alegre, no Paraná, e ao lado das Indústrias Klabin de Papel e Celulose (IKPC). Como “office-boy” andava muito pela fábrica. Me apaixonei pela fabricação de celulose e papel e decidi estudar Engenharia Química (1966-1970). Enquanto estudava fiz estágios (cerca de 9 estágios) e tornei-me sócio-estudante da ABTCP (então ABCP) em 1967.  Os contatos com a ABTCP, a leitura mensal da Revista “O Papel” cedo me inspiraram rumo a uma especialização em celulose e papel. Ganhei uma bolsa de estudos e fui estudar nos Estados Unidos. Nesses anos todos a ABTCP tem sido uma fonte de fatos, emoções, conhecimentos e de um grandioso canal de comunicação e integração com o pessoal do setor.  Mais ainda, a ABTCP me deu oportunidade de partilhar conhecimentos nos eventos (Congressos Anuais, Simpósios e Cursos). Como diz o poeta John Donne, “nenhum homem é uma ilha”. Desde 1967 estou na ABTCP. Na ABTCP eu tenho uma família de contatos formada de membros associados (funcionários da ABTCP e técnicos em empresas) espalhados por esse Brasil e pelo mundo. 

Vejo a ABTCP hoje como um grandioso canal de comunicação e integração social, cultural e técnico-científico no nosso setor de celulose e papel. Conversando e se encontrando a gente se entende e aprende. A postura e os eventos promovidos pela ABTCP nos aproximam e nos enriquecem. Ela até nos projeta para o mundo. “Até as águias precisam de um empurrão”, como diz a poesia de David McNally. Respeitosamente, nesse sentido e com suas ações e mensagens, a ABTCP tem nos impelido para um futuro promissor.

A ABTCP continuará sendo o dito canal de integração à luz das novas tecnologias do setor e mídias sociais diversas. Com essa postura, ela nos facilitará ainda mais o acesso as pessoas, conhecimentos, lugares e opiniões que possam contribuir para o crescimento do setor e o torna-lo uma peça importante no cenário nacional e internacional. Com o encorajamento das empresas e instituições diversas a ABTCP deverá aumentar ainda mais sua família de associados e facilitar ainda mais o acesso e/ou aprofundamento dos associados no mundo de celulose e papel.

 

Maria Luiza Otero D'Almeida, Laboratório de Papel e Celulose, IPT

As Associações Técnicas são essenciais para setores produtivos. Minha entrada no setor de celulose e papel foi praticamente concomitante com meu envolvimento em atividades da ABTCP, que então se chamava apenas ABCP. Lembro com carinho do primeiro Congresso que participei; jovem recém-formada, me encantei com tanta efervescência e diversidade de ideias. Também tem as reuniões de normas e comissões técnicas, com muita troca de conhecimento, mas também com discussões acaloradas. Enfim, são muitas as lembranças, mas única a certeza de que a ABTCP fez e faz parte da vida de muitos profissionais como eu.

Atualmente a ABTCP expandiu suas atividades e opera em diversas frentes, sempre atenta à evolução do setor. Tem papel relevante na formação de mão de obra, por meio dos cursos que oferece. Sua revista “O Papel” é única no Brasil a trazer para associados, e não associados, assuntos variados relacionados direta e indiretamente a celulose e papel, além de abordar temas novos, ainda em sua fase embrionária.

Para o futuro, imagino a ABTCP dando continuidade ao excelente trabalho que vem realizando e enfatizando parcerias com outras associações e entidades, tanto públicas como privadas, visando sempre atender às demandas do setor e de seus associados.


- Francisco C. Razzolini, Klabin S.A.

Sou associado desde 1986. Neste período tive oportunidade de participar de inúmeros eventos da ABTCP, em especial os congressos e feiras anuais. Além do conteúdo técnico, estes eventos proporcionaram muitos contatos com profissionais do setor, que foram muito importantes na criação de uma grande rede de trabalho. Estes contatos desenvolvidos ajudam muito na solução de eventuais problemas ou no aprendizado de novas tecnologias. Tive também a oportunidade de ministrar cursos sobre papeis de embalagem, que me fizeram estudar mais a fundo alguns tópicos relativos a esta atividade e montar uma apostila sobre o assunto.  

Um período que tenho muito apreço foram os 7 anos que participei do conselho executivo da Associação. Neste período trabalhamos a mudança dos estatutos e governança da ABTCP, que tem ajudado a Associação a passar por este momento difícil da economia brasileira. No último ano fui o coordenador do conselho, ano de transição para a nova governança.

O momento pessoal mais marcante foi a homenagem que recebi como associado honorário, na ABTCP de 2015, que me deixou muito lisonjeado.

A ABTCP vem buscando diálogo com seus associados e todo o setor, buscando se enquadrar neste momento de transição que vivemos, transição econômica, técnica, cultural e social. Não tem sido um caminho fácil, mas tem alcançado sucesso. O papel na formação e disseminação do conhecimento técnico do setor tem ajudado muito no crescimento da indústria de papel e celulose no Brasil, um crescimento vigoroso nos últimos 15 anos, que tem necessitado pessoal qualificado e rápida atualização de conhecimentos. Os técnicos formados aqui no Brasil tem garantido o sucesso das nossas empresas, destaques no mundo.

A Associação deverá continuar a buscar a atualização constante as novas tecnologias e formas de comunicação. Tem o desafio de se fazer conhecer e mostra seu valor, para angariar mais associados e garantir recursos para sua sustentabilidade. Deverá também assumir mais protagonismo na disseminação das boas práticas do setor e no posicionamento dos produtos de papel e celulose, altamente sustentáveis, junto ao mercado consumidor.