Durante o ABTCP
2017 – 50º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, uma sessão
temática foi dedicada exclusivamente para tratar, dentro do tema geral sobre o
futuro do setor, do perfil dos profissionais que formarão os quadros das
empresas e como elas devem desde já se adaptar aos novos tempos – e não se
trata apenas de acomodar novas gerações e conflitos intergeracionais, mas
também de novos processos, modos de pensar e relações de trabalho.
O
sócio-diretor da FALCONI Gente, Josué Bressane Júnior, abriu a sessão no dia 24
de outubro falando sobre as tendências na relação de trabalho. “As empresas
começam a trabalhar mais por equipes de projeto, as informações são muito mais
compartilhadas, o trabalho remoto marca mais presença e há preocupação com
diversidade e multicultura,” disse o especialista, que salientou dois outros
pontos: a necessidade de empresas terem propósito e cultura bem definidos para
atrair e reter novos talentos, e que empresas não valem mais o lucro que têm,
e sim o valor que entregam. Ele também adiantou algumas das profissões do
futuro, como especialista em gestão de resíduos e curador de sustentabilidade,
duas funções especialmente interessantes ao setor.
O gerente de
inovação e de tecnologia do SENAI, Osvaldo Lahoz Maia, foi o keynote da sessão abordando
o preparo de jovens, as capacidades que devem ser desenvolvidas, o problema da automatização e outras tendências. Maia destrinchou o problema
educacional no País e como isso afetará tanto as empresas quanto profissionais
do futuro, dizendo que “ou o país faz um esforço sério e muito grande na
questão educacional ou continuaremos na mesma situação em (termos de)
competitividade”. Ele adiantou que, mesmo assim, não haverá no futuro a
substituição total de empregos, afinal, “a criatividade nunca será substituída”
– habilidade esta que segundo Maia será muito mais demandada em todas as áreas.
O gerente de
DHO regional da Fibria, José Alexandre Monteiro dos Santos, fez sua
apresentação sobre o tema, seguido pelo gerente de recuperação e utilidades
da Eldorado, Murilo Sanches da Silva, logo antes de participarem do painel de discussão
junto a Maia, debate que teve boa participação da plateia. Uma das perguntas
feitas aos três palestrantes foi sobre a preparação dos líderes para este
futuro, que muitas vezes promove excelentes
técnicos e engenheiros para posições de gestão, algo para o qual podem não ter
aptidão. Sanches disse que “é preciso mudar a chave” tanto na preparação de
futuros colaboradores quanto gestores, enquanto Maia disse acreditar em uma “seleção
natural” de líderes no futuro. “O novo líder do século XXI é diferente mesmo”,
afirmou. Já Santos ressaltou que a preocupação com esse ponto já perpassa o
setor, e que inclusive “o profissional de gestão é o que está mais preocupado,
ou deveria estar”.
Nota: Para mais
detalhes sobre os temas debatidos nas Sessões Técnicas e Temáticas do ABTCP
2017 – 50º Congresso Internacional de Celulose e Papel, confira a edição
especial da O Papel de novembro, com toda a cobertura do evento.