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INDICADORES DA INDÚSTRIA DE CELULOSE E PAPEL

Indicadores | Indicadores | 23.09.2021




Aproveitando que o País já passou pelos impactos mais
severos da crise sanitária mundial, trago neste mês
uma atualização de alguns indicadores de desempenho
da Indústria Brasileira de Celulose, Papel,
Papelão e Produtos de Papel. Além dos resultados deste setor
industrial, os indicadores elencados também mostram, em
caráter comparativo, como está o desempenho da (a) Indústria
da Transformação e (b) da Indústria da Madeira (que reúne as
fábricas de madeira maciça, portas, janelas, chapas de compensado,
MDF, MDP, OSB e outros produtos em geral).
O primeiro indicador destacado é o faturamento. A Figura 1
mostra que as três cadeias produtivas tiveram um bom crescimento
desde 2016, com um importante salto após o 2.º trimestre
de 2020. Na média nacional, a indústria da transformação
viu incremento de preços pouco superior a 70% (em termos
nominais) desde 2016. O destaque fica com a indústria da madeira,
que dobrou o faturamento no mesmo período. Para as
indústrias exportadoras, boa parte do bom resultado recente
deve-se à crescente desvalorização do Real frente ao Dólar.
A Figura 2 mostra a evolução do índice de expectativa da
demanda. O ápice do pessimismo é claramente identificado na
metade do 1.º semestre de 2020, em razão das imposições do
Estado mediante à paralisação de fábricas e comércio em praticamente
todo o País. Em 2021 vê-se um rally na percepção da
demanda futura, com maior sensibilidade na indústria de celulose
e papel.

No tocante à utilização da capacidade instalada (ver Figura 3),
é fácil perceber que a indústria de celulose e papel possui maior
estabilidade do que as demais indústrias selecionadas. Aliás,
mais uma vez o 1.º semestre de 2020 teve efeito fulminante na
operação das indústrias no Brasil. Outro ponto a destacar é a dificuldade
operacional que a indústria da madeira vem sofrendo
desde o início de 2019, em que o nível médio de atividade caiu
fortemente. Desde então, vem apresentando comportamento
coeso com a média da indústria da transformação.

A Figura 4 mostra a evolução das horas trabalhadas efetivamente
na produção industrial. O panorama geral reflete que
o pico de horas ocorre, na média, na “metade do ano”, ou seja,
o menor volume de horas se dá nas “transições entre os anos”.
Olhando para os números de 2021, se vê um pico de horas no pe-
ríodo “metade do ano” mais expressivo do que em todos os anos
anteriores. Isso é claramente um reflexo da rápida retomada da
atividade industrial no País e de boa parte da economia mundial.
Relativamente à produção industrial, a Figura 5 mostra que
as três cadeias industriais seguem uma tendência muito similar
ao longo do horizonte avaliado, embora cada uma tenha uma
amplitude em particular. Após a forte queda ocorrida no 1.º
trimestre de 2020, seguiu-se um forte incremento da produção
nacional, a qual volta a patamares mais equilibrados com a normalização
da curva demanda versus oferta.

O último indicador estudado está disponível na Figura 6 e
mostra o comportamento dos estoques de produtos acabados
das indústrias em destaque. De acordo com os números, a indústria
da transformação se encontra atualmente em uma situação
equilibrada de seus estoques, após enfrentar um período
de estoques abaixo do planejado em praticamente todo o ano de
2020. A mesma situação ocorreu com a indústria de celulose e
papel, porém agora se encontra com estoques ligeiramente superiores
ao planejado. Por outro lado, a situação continua desequilibrada
na indústria da madeira, cujos estoques permanecem
abaixo da situação ideal, mostrando desequilíbrio em alguma
parte da cadeia de valor dessa indústria.

Marcio Funchal
A CONSUFOR é uma empresa de consultoria em negócios e estratégias, especializada nos setores da indústria da madeira, papel e celulose, bioenergia, siderúrgico, oresta e agronegócio. Para atender às necessidades do mercado, a CONSUFOR desenvolve serviços de consultoria e pesquisa focando em quatro áreas: Inteligência de Mercado, Engenharia de Negócios, Gestão Empresarial, Fusões e Aquisições.