UMA REPRESENTAÇÃO FORTE E UNIDA
POR PAULO HARTUNG
Economista, presidente-executivo IBÁ, membro do conselho
do Todos Pela Educação, ex-governador do Estado do
Espírito Santo (2003-2010/2015-2018)
A indústria de árvores cultivadas conquista resultados
cada vez mais expressivos e fortalece sua posição de
importante veículo para uma economia de baixo carbono. Com faturamento de R$ 116 bilhões, o setor
planta, colhe e replanta para entregar biossoluções à sociedade.
São 1 milhão de árvores plantadas por dia para fins industriais.
São 9,55 milhões de hectares de áreas para produção no País e
mais 6 milhões de hectares destinados para conservação.
Como elo dessa cadeia produtiva fundamental para todos, o
desafio da representação institucional é semear um caminho para
que o setor possa exercer todo seu potencial transformador. Além
de entregar produtos sustentáveis para o hoje e o amanhã, gerar
emprego e renda, e estocar carbono, esta é uma indústria que atua
em pautas desafiadoras e fundamentais para a sociedade.
Presente em mil municípios no Brasil, atua em regiões historicamente com baixo dinamismo econômico e em áreas
anteriormente degradadas. São mais de 1,6 milhão de pequenos
produtores participantes de programas de fomento florestal. É
um setor presente em diversos estados brasileiros, mas unido em
sua representação.
Fundada em 2014, a IBÁ nasceu da junção de entidades
que atuavam em diferentes segmentos, mas que possuíam as
árvores cultivadas como ponto de sinergia, como a Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa), a
Associação Brasileira da Indústria de Piso Laminado de Alta
Resistência (Abiplar), a Associação Brasileira dos Produtores
de Florestas Plantadas (ABRAF) e a Associação Brasileira de
Celulose e Papel (Bracelpa).
Recentemente, em 2021, escrevemos mais um capítulo desta
história com a inauguração da nova sede da IBÁ, em São Paulo.
Passamos a compartilhar o mesmo espaço com relevantes instituições como ABTCP, SIP e Empapel. Essa ação aproxima pares e
otimiza ativos e recursos, trazendo sinergia nas operações.
Na medida em que há a combinação de esforços, espírito de colaboração e empatia, a representação do setor se solidifica, maximizando suas oportunidades, ganhando escala e agindo de forma
mais integrada, em busca de resultados positivos e sustentáveis, do
ponto de vista socioeconômico e também na dimensão climática.
2021 foi um ano desafiador e a IBÁ se manteve firme em suas
operações, com resiliência e vontade de vencer. A readaptação
para o novo e necessário modelo virtual de encontros não impediu
que debates fundamentais continuassem. Foram 235 reuniões promovidas nos diferentes fóruns de discussão dentro da associação,
com um quórum total de 5.500 pessoas.
Conversas para definir estratégias de trabalho em pautas centrais
para o setor de árvores cultivadas e para o futuro do planeta. Assim,
os profissionais da IBÁ atuaram em momentos decisivos, como a
COP-15 da Biodiversidade, o Fórum Mundial de Bioeconomia – o
qual foi trazido ao País pela IBÁ, em conjunto com ABAG e em
parceria do Governo do Estado do Pará – e a tão ansiada COP-26
das Mudanças Climáticas.
Esta última merece especial atenção, uma vez que trabalhamos
previamente junto aos negociadores brasileiros e estivemos presentes em Glasgow ao lado de CEOs e diretores das companhias.
O principal avanço desta Conferência foi o consenso no Artigo
6 do Acordo de Paris, que regula um mercado global de carbono
e caminhou também pela participação ativa dos representantes
brasileiros nas negociações.
Vale ressaltar que a IBÁ também se posiciona de maneira firme
em temas como o combate ao desmatamento e demais ilegalidades
nas florestas brasileiras, especialmente na Amazônia. O futuro do
planeta depende de um meio ambiente saudável.
A criação do Comitê Diretor ESG também reforça a atenção da
associação com assuntos atuais e fundamentais, além de seu papel
de criar espaços de discussões que promovam o avanço de pautas,
métricas e troca de conhecimento.
A partir dos sucessos e aprendizados, a IBÁ apresentou aos
CEOs das associadas um plano de metas para o setor em 2022 e
temas prioritários para acompanhamento. Trata-se de um roteiro
que norteará os trabalhos a serem realizados ao longo do ano.
Assim, está dado o pontapé em uma nova página na representação institucional do setor de árvores cultivadas, a partir de uma
nova casa, um espaço modernizado, desenhado para estar mais
conectado com a atualidade e as gerações mais jovens. Mas para além
disso, um espaço aberto para novas ideias, inspirações e compartilhamento de saberes.