Voltar   

EMBALAGEM – CN MAIS CR

Artigos Assinados | Artigo Empapel | 22.09.2022




V
amos começar esclarecendo o título deste artigo pe

las definições das siglas citadas, tendo que
CN
= caixa
normal e
CR = cinta de reforço. Estas referências estão
catalogadas na Classificação FEFCO com os códigos
CN
= 0201
e CR = 0501.
Quando se usa uma CR dentro de uma CN, considera-se que
a resistência da CR é igual àquela da CN se ambas são fabri
cadas com papelão ondulado de mesma resistência de coluna
(RC). Uma consideração, entretanto, pode ser feita: no ensaio
de compressão há uma acomodação dos vincos horizontais
(que determinam a altura da caixa) quando sob a força exercida
pelas placas da prensa de compressão; na CR não temos vincos
horizontais. Vamos observar, entretanto, um leve “amassamen
to” ao longo das bordas horizontais, isto porque sempre um
pequeno esmagamento vai acontecer provocado pelo suporte
das facas rotativas das vincadeiras, ou da onduladeira, ou das
borrachas ao lado das facas das formas corte e vinco – inde
pendente de qual máquina é utilizada para a fabricação da CR.
Assim, embora se espere uma resistência um pouco maior da
CR, pode-se considerar “igualdade” de resistência de ambas
(CN e CR) na resistência à compressão.
O uso de acessórios internos, especialmente em embalagens,
tão comum no passado, há muito vem sendo evitado por dois
motivos principais. O primeiro, econômico; o segundo, o uso
de máquinas automatizando a montagem, colocação do con
teúdo, fechamento e selagem das embalagens.
Para embalagens de grandes dimensões, conteúdo pesado
ou composto por muitas unidades (peças) que determinam as
dimensões da embalagem (voltamos às embalagens grandes já
mencionadas), a necessidade de uma CR pode ser a solução e é
muito comum em certos seguimentos do mercado. Tais emba

lagens, às vezes, representam um nicho de mercado para certos
fornecedores que se especializam na fabricação, mesmo porque
algum trabalho manual é exigido e deixa de ser de interesse
para grandes fabricantes que voltam suas atenções para grandes
volumes de produção em cada lote fabricado.
Quando se usa uma CR, dobra-se a resistência à compressão
e com isso evita-se usar um papelão ondulado de alta resis
tência de coluna, às vezes até impossível de ser alcançado em
virtude do papel/cartão fabricado no mercado.
Há embalagens grandes que, para serem fabricadas, necessi
tam mais de uma chapa de papelão, pois ultrapassam os tama
nhos possíveis de serem fabricadas em uma só peça. O recurso é
serem produzidas em duas peças e com duas juntas de fabricação.
E há embalagens que exigem a colagem (laminação) de
duas chapas. A colagem é, muitas vezes, um trabalho manual
mesmo, e aqui entra a especialização de certos fabricantes no
atendimento a esse mercado.
Quando se colam duas chapas de papelão ondulado, há
um incremento na resistência à compressão e isso deve ser
explorado pelos projetistas, pois passam a utilizar uma chapa
dupla (em razão da colagem). Percentualmente, a resistência
de coluna, consequentemente a resistência da embalagem,
pode chegar a mais de 10%. Os projetistas têm a possibilidade
de determinar o aumento fazendo ensaios em seus laborató-
rios e até possuírem uma tabela para as diferentes combina-
ções de papelão ondulado que fabricam, pois isso poderia
ajudar, também, em outras situações onde na montagem da
embalagem resultem áreas coladas em pontos com grande
participação na resistência à compressão. 

Juarez Pereira
Assessor técnico da ABPO – Associação Brasileira de Papelão Ondulado