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ADEQUAÇÃO DA EMBALAGEM AO PALETE 1000X1200

Artigos Assinados | Artigos Assinados | 27.02.2023




Como complementação do artigo anterior, mas com foco no 
espaço disponível para o transporte e movimentação das 
unidades de carga (um palete com as caixas sobrepostas, 
por exemplo), vamos exemplificar uma situação em que a superfície 
do palete é “totalmente” aproveitada em virtude da adequação 
dimensional da embalagem (ou não é totalmente aproveitada em 
virtude da inadequação dimensional da embalagem). 
 Fizemos a introdução acima porque há uma relação estreita entre o que dissemos nos parágrafos finais do artigo e a 
superfície do palete, cujas dimensões 1000x1200, determinam 
as dimensões, Comprimento e Largura, das embalagens. Falá-
vamos das embalagens hortifrutícolas que se tornaram modulares por haver uma embalagem, aquela de maiores dimensões 
na base, determinando as dimensões de outras embalagens menores que lhe são sobrepostas.
Para o setor hortifrutícola, referido acima, uma padroniza-
ção dimensional já existe, e até mesmo uma adequação entre 
embalagens plásticas e de papelão ondulado também já foi estudada e definida no âmbito do CEAGESP/SP. Ou seja, como o 
dimensional “modular” já é uma realidade (e começou com as 
embalagens para hortifruticolas), o CEAGESP procurou reunir 
fabricantes de embalagens de papelão ondulado e fabricantes 
de embalagens fabricadas com outros materiais para que houvesse uma padronização e harmonização, entendendo como tal 
a possibilidade de outras embalagens, não de papelão ondulado, serem empilhadas num mesmo palete juntamente com embalagens de papelão ondulado. Para tal, o dimensional levava 
em conta serem as embalagens modulares e que possibilitassem 
travamento entre elas (o que já era praticado nas embalagens de 
papelão ondulado). O estudo foi concluído e coordenado pela 
Associação Brasileira dos Fabricantes de Embalagens (ABRE).
 Produtos outros, que não hortifrutícolas, carecem de um 
estudo semelhante. Conforme já comentamos no artigo anterior, 
tentar dimensionar embalagens para produtos como bebidas, 
margarinas, óleos e outros, envasados em embalagens primárias, 
que podem ser de vidro, plástico, cartão ou outros materiais, trariam vantagens significativas: econômicas e logísticas.
Independentemente, porém, do aspecto modular, do qual tratamos
em vários artigos e, inclusive, no artigo anterior, o projetista da embala

gem deveria pensar numa adequação da embalagem ao palete padrão
(1000x1200), tanto na movimentação interna nas fábricas, quanto no
transporte para a distribuição de produtos no mercado. Verifica-se
num grande volume de unidades de carga compostas por embalagens
de papelão ondulado, um não aproveitamento total do espaço (super
fície do palete) decorrente das dimensões externas da embalagem que
não permitem um arranjo, por camada, que cubra toda a superfície
do palete; há vazios que mostram uma perda que normalmente não é
quantificada, daí não ser equacionada em termos de custos e, possivel
mente por isso, ignorada pelo fabricante do produto.
Um exercício pode nos ajudar: Vamos especificar, melhor di
zendo, dimensionar, uma embalagem para 12 garrafas:
Diâmetro: 75 mm
Altura : 285 mm
Arranjo = 4x3x1
Com divisão separando as garrafas (código 0933)*
Caixa código 0201*
PO = 4 mm de espessura
Dimensões externas = 320x240x300
Espaço ocupado por camada: 1200x960 – (5x240)x(3x320)
*códigos da classificação ABNT
Podemos considerar ótimo o aproveitamento do palete. Entretanto,
há garrafas mais altas e diâmetro menor (ou mais baixas e diâmetro
maior), ou, até mesmo com uma forma não cilíndrica. Teríamos o
mesmo aproveitamento quanto a preencher a superfície do palete?
O que aconteceria se o projetista levasse em conta, no início do
desenvolvimento, as dimensões da embalagem de transporte e to
masse isso como referência para dimensionar a embalagem primária
que está desenvolvendo? A resposta seria um melhor aproveitamen
to dos espaços disponíveis: na paletização, no armazenamento, no
transporte e com reflexos no custo final de todo o processo.
Bem, muitas variáveis a serem consideradas existem. Projetistas
de embalagens primárias podem considerar e tomar como acei
táveis as observações que fizemos ao selecionar a embalagem de
papelão ondulado como sua embalagem de transporte.

Juarez Pereira
Assessor técnico da ABPO – Associação Brasileira de Papelão Ondulado